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Rede mel da CLAC realiza sua reunião anual em El Salvador

Em um clima cheio de entusiasmo e colaboração, realizou-se nos dias 12 e 13 de junho, nas instalações da Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) de Comércio Justo (CLAC), em El Salvador, o encontro anual presencial da rede mel da CLAC. Esta reunião contou com a presença de representantes de organizações produtoras de mel certificadas Comércio Justo do México, Guatemala, Nicarágua, Brasil, Chile, Argentina e Uruguai, e foi destacada pelas principais tomadas de decisão relativas aos regulamentos internos da rede.

Estas decisões são fundamentais para fortalecer as organizações e promover práticas comerciais justas e sustentáveis, bem como a oportunidade de poder “analisar como estão as perspectivas de mercado”, disse Miguel Munguía, presidente da rede mel e da organização EDUCE do México. “A agenda desta reunião incluiu também que cada representante que foi democraticamente eleito, por cada organização do seu país, compartilhasse com a gente como está a apicultura em termos ambientais, em termos de preço, em termos de colheita, em termos de desafios organizacionais, climático, então cada organização compartilhou em um espaço de troca, país por país, o status em que se encontra”, acrescentou.

O intercâmbio permitiu enfrentar desafios comuns enfrentados pelos apicultores da região. Os participantes partilharam os seus contextos nas práticas de produção de mel e exploraram conjuntamente diversos conhecimentos. Este tipo de diálogo direto foi essencial para compreender os desafios atuais e abrir caminho para um futuro mais sustentável para os produtores.

William Velásquez, produtor da organização CIPAC da Guatemala, reafirmou a importância deste diálogo. “É muito importante ter essa aproximação com outros colegas de diversos países, porque conhecemos a realidade de cada país. E sabemos que é muito reconfortante apertar a mão dos produtores que estão na mesmo cultivo. E esses espaços nos dão a oportunidade de nos expressarmos e podermos compartilhar nossas experiências e nossas vivências também dentro da cadeia produtiva”, afirmou.

O mesmo sentimento também foi expresso por Sergio Viana, responsável técnico da organização COMAPI do Brasil, que afirmou: “A importância de um evento da rede mel é engrandecedora porque oportuniza vários países se juntarem que de outra forma eles não conseguiriam. A parte online é importante, mas o contato humano, o timbre de voz, sentir o outro ainda é crucial, então, essa oportunidade que está sendo dada pela rede mel, de discutir os problemas, de ver que o outro também sente a mesma dor…e representar o Brasil, faz com que a gente tenha responsabilidade de estar buscando o melhor pelo coletivo, já que a gente está trabalhando com um selo que tem essa premissa”.

Além do intercâmbio, o encontro promoveu uma importante discussão sobre estratégias de mercado inovadoras que permitam aos pequenos(as) produtores(as) competir efetivamente no panorama global e o problema latente do mel adulterado que, segundo Munguía, esse problema está presente mais na indústria em geral, que hoje já representa 40% do mel mundial, o que faz com que os preços do mel verdadeiro caiam e isso é um desafio em termos de incidência, e deve ser discutido como agir para que os governos, a comunidade europeia e os consumidores tomem consciência deste problema.

“Gostaria de novas regulamentações, para que se consuma mel autêntico, que não consuma misturas de xaropes com mel. Este é um desafio que não é tarefa exclusiva das organizações envolvidas no comércio justo. Sim, é um desafio em aliança com a indústria apícola em geral, nós que trabalhamos com mel puro e autêntico, e para isso temos mantido alguns diálogos, mas é importante criar sinergia com outros atores para que a indústria apícola em geral não despenque porque sabemos que as abelhinhas, não só nos dão um delicioso néctar, mas também desempenham um papel importante em termos de polinização das culturas agrícolas, mas também da selva, das montanhas, da biodiversidade, ou seja, como elemento ambiental, elemento econômico, que é como a combinação dos 2 fatores”, disse Munguía.

O evento culmina com uma visita a uma iniciativa de empreendedorismo local da cooperativa produtora de café, açúcar e mel, Ataisi de RL, em El Salvador, liderada por filhos de membros da organização, que também lhes permitiu aprender e discutir os desafios da apicultura no país e promover um senso de comunidade e apoio mútuo entre os membros da rede.

“A reunião da rede mel CLAC foi muito intensa, muito emocionante e com um bom espaço de diálogo comunicativo entre os representantes de cada país, o que me faz finalizar e voltar para casa satisfeito”, concluiu Miguel Munguía.

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