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Encontro de mulheres líderes destaca “O poder das mulheres no Comércio Justo” na América do Sul

“Empoderar-se é buscar sempre a igualdade, não é ser mais que o homem, é sempre trabalhar junto, crescer junto e construir uma história junto”, Helen Lima, produtora de café da CAFESUL, Brasil.

Mulheres líderes de organizações de Comércio Justo das regiões Andina e Cone Sul participaram do encontro “O poder das mulheres no Comércio Justo” de 18 a 20 de abril no Paraguai, organizado pela Coordenadora da Latino-americana e do Caribe de Pequenos(as) e Trabalhadores (as) de Comércio Justo (CLAC), com financiamento da União Europeia e apoio da Coordenadora Paraguaia de Produtores de Comércio Justo (CPPCJ).

Na abertura do evento, Ramona Vargas, presidenta da CPPCJ, manifestou a sua admiração por cada uma das mulheres líderes presentes. “Como mulher admiro cada uma de vocês e que nós mulheres possamos realmente trabalhar juntas, nos conhecer, compartilhar nossas experiências e crescer cada dia mais juntas, isso é o mais importante… sejam bem-vindas, sintam-se em casa, tenho orgulho de estarem aqui participando em nosso país (Paraguai)”, afirmou. 

No encontro, reuniram-se 15 mulheres produtoras de cana-de-açúcar, banana, cacau, uva para vinho, café, entre outros produtos; da Argentina, Brasil, Chile, Equador, Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai.

Raquel Jara, jovem produtora de cana-de-açúcar paraguaia da Cooperativa CORA, compartilhou sua experiência na Assembleia Geral de 2018, na qual foi eleita representante da América do Sul na diretoria da CLAC; Desde então, faz parte da comissão de inclusão da CLAC. “Estou muito feliz pela oportunidade que me deram, desde então, até hoje continuo aprendendo e continuo a crescer…”, explicou.

Além disso, mencionou o importante trabalho envolvido na construção da estratégia de gênero, aprovada no ano passado. “Foi um trabalho árduo que foi realizado, foram várias reuniões virtuais e com muitas organizações membros de todos os países, com o objetivo de fortalecer as capacidades organizacionais para trabalhar em favor da igualdade de gênero nas diferentes estruturas da CLAC”, disse Jara.

A jornada contou com painéis de experiências das participantes sobre questões de liderança, autonomia econômica e fortalecimento de projetos produtivos, implementação de políticas de gênero, investimentos do Prêmio Fairtrade na promoção da igualdade de gênero, entre outros.

Eliana Blanco, produtora de uvas para vinho da Associação Viña de la Solidaridad, da Argentina, compartilhou: “Hoje conheço a experiência de outras mulheres, definitivamente, mesmo sendo de lugares tão diferentes, esta oportunidade de conhecer pessoas tão diversas, acabei descobrindo que temos as mesmas preocupações, as mesmas necessidades e questões, sentimos que não estamos sós com as nossas dificuldades e problemas quotidianos, e que acontece a muitas de nós, sendo uma forma de continuarmos no caminho da superação e compreensão com as demais”

A atividade foi uma oportunidade para apresentar também o que se espera das políticas de gênero e inclusão nas organizações, a socialização da estratégia de equidade de gênero da CLAC, bem como os desafios e oportunidades para alcançar a equidade de gênero nas organizações de Comércio Justo.

Carmen Mendivil, especialista em gênero e juventude para a América do Sul, expressou as grandes contribuições que o projeto tem dado, principalmente na conscientização e atualização constante sobre a questão dos direitos humanos. “As organizações têm ficado muito gratas não só pela formação, mas também pela forma como podem aplicar este conhecimento na vida prática”, sublinhou. “Muitas dessas organizações, por exemplo, constituem temas para a construção de políticas institucionais, de gênero, inclusão, participação dos jovens, também foram desenvolvidos processos de sensibilização ​​para que a masculinidade também comece a trabalhar a favor da equidade entre os gêneros e, claro, fortalecer a liderança das mulheres”, acrescentou.

No último dia do encontro, as mulheres puderam conhecer as instalações da Cooperativa Cañaveral e seu projeto piloto de soberania alimentar “Promoção de hortas familiares e feiras comunitárias”, apresentado por Lorena Vargas e Ramona Vargas, presidente de Cañaveral e CPPCJ, respectivamente. O projeto tem proporcionado aos cooperados um suporte para fortalecer a soberania alimentar, criando um espaço para fortalecer a igualdade de gênero, ocupando a mão de obra dos membros da família e ao mesmo tempo gerando uma renda extra.

Carmen Calderón, produtora de banana da Cooperativa Agrária APBOSMAM do Peru, afirmou: “O intercâmbio é algo muito bom, porque você aprende muito, ouve as experiências de outras pessoas e ajuda a amadurecer o que você tem, porque às vezes queremos fazer algo e não sabemos como fazer, mas graças a essas oficinas e a essas relações que temos, isso nos ajuda a direcionar e nos fortalece para poder realizar essas atividades que nos propomos”.

O projeto “Libertando o poder dos produtores(as) e trabalhadores(as) para promover o Comércio e o Desenvolvimento Inclusivos por meio do Comércio Justo” da União Europeia busca fortalecer a governança e a estrutura operacional da CLAC, como a Rede de Produtores(as) da América Latina e Caribe, por meio uma representação mais inclusiva de mulheres e jovens. Também busca fortalecer as redes de produtos, a Rede dos Trabalhadores, e ter Coordenadoras Nacionais mais fortes para atender com eficácia às necessidades e prioridades dos produtores(as) e trabalhadores(as) da região.

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